Viagem a Tenochtitlán




quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Viajei no tempo em êxtase
e sem demora me deparei com o paraíso.
Não! Não era o Céu, mas a terra onde pisamos ou quase.
Estava no meio de um lago esplendoroso.
A viagem foi tão curta
que dói só de lembrar.
Vi formosos homens cheios de plumas,
maravilhosas mulheres com cabelos aos ares,
vi palácios, vi pirâmides, vi frutos deliciosos,
vi o verde bem mais verde e o azul bem mais azul,
senti da terra, a fragrância virginal, mas prestes a ser violentada,
pelo soberbo navegador, que trazia em sua face a metade que completava,
mas sem grande encantamento, a feição de um amigo que, sangrando me darias,
aquela pátria que de muito já trazia em seu seio a fascinante outra metade.

A cidade era linda e não havia descido do céu.
Era cidade de mulheres, homens, parentes do sol.
Estava aqui e eu estava nela.
Fui oferecer um sacrifício no templo mais próximo
em louvor, em agradecimento
pela grandiosa revelação a um ser de todo indigno.
Nos arredores do templo banhado em ouro, em luz, em glória,
constatei surpreendido a figura de um alguém que me era familiar.
Sim!...

E antes de me precipitar ao seu encontro, exigindo informações,
o porquê de tamanha semelhança,
estava, tristemente maravilhado, de volta ao meu quarto, agora cheio de luz.
Mas descobri, exultante de alegria, nos traços daquele homem,
o semblante de um amigo futuro que nem o tempo secular nem o corpo cataplético,
poderiam apagar das profundezas de meu coração.
Poema inspirado num amigo mexicano: Eulálio Arteaga Piñón

2 comentários:

Zanfa on: 21 de dezembro de 2007 às 04:04 disse...

Bacana o poema, e Tenochtitlán em seu auge devia ser maravilhosa mesmo.

Anônimo on: 24 de maio de 2008 às 17:20 disse...

Não existem palavras para agradecer a Deus por ter o privilegio de ter colocado uma pessoa maravilhosa no meu caminho.... VOCÊ....

NEQEAV

Lalo Piñón

 

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