Um papel...
preciso de um pedaço de papel
para tentar codificar, incerto,
o que brota, rebrota em meu nebuloso interior.
Ouvindo "Clothes of Sand"
na inesquecível voz de Renato
renasci e me revi.
preciso de um pedaço de papel
para tentar codificar, incerto,
o que brota, rebrota em meu nebuloso interior.
Ouvindo "Clothes of Sand"
na inesquecível voz de Renato
renasci e me revi.
Novo?
Não! O mesmo.
Talvez mais sombrio e triste,
porém não menos eu.
Revi aquele menino raquítico,
sentado no banco de madeira,
que ouvia, tímido, a frase
que se tornaria verdade milenar (condenação?):
Ele é estranho.
Seu pé é estranho.
E foi exatamente um sentimento estranho
que me veio ouvindo a música.
A realidade das coisas não se entreabriu.
A plenitude continuou falaciosa,
mas a voz, doce voz,
soava e ressoava
não só no ouvido.
Lá dentro também,
lá dentro.
Foi um ir e vir num mundo de névoa,
de bruma, de cores fragmentadas.
Então neguei a visão e ouvi,
e ouvi como nunca antes
a música "Clothes of Sand".
Meus poros a ouviram.
E voltei triste,
pois o mundo não renasceu comigo,
com a voz do renascido.
Porém algo mudou
nessa quarta-feira de Setembro,
na qual me preparava psicologicamente
para mais uma viagem.
Não sei o que.
Nunca saberei
e por isso a desesperada busca pelo papel,
pois queria bobo
traduzir o intraduzível:
a escuta,
a escuta cega
de "Clothes of Sand" na voz do Renascido.
Não! O mesmo.
Talvez mais sombrio e triste,
porém não menos eu.
Revi aquele menino raquítico,
sentado no banco de madeira,
que ouvia, tímido, a frase
que se tornaria verdade milenar (condenação?):
Ele é estranho.
Seu pé é estranho.
E foi exatamente um sentimento estranho
que me veio ouvindo a música.
A realidade das coisas não se entreabriu.
A plenitude continuou falaciosa,
mas a voz, doce voz,
soava e ressoava
não só no ouvido.
Lá dentro também,
lá dentro.
Foi um ir e vir num mundo de névoa,
de bruma, de cores fragmentadas.
Então neguei a visão e ouvi,
e ouvi como nunca antes
a música "Clothes of Sand".
Meus poros a ouviram.
E voltei triste,
pois o mundo não renasceu comigo,
com a voz do renascido.
Porém algo mudou
nessa quarta-feira de Setembro,
na qual me preparava psicologicamente
para mais uma viagem.
Não sei o que.
Nunca saberei
e por isso a desesperada busca pelo papel,
pois queria bobo
traduzir o intraduzível:
a escuta,
a escuta cega
de "Clothes of Sand" na voz do Renascido.
13 comentários:
Renato é foda!
Inesquecivel e genial foi Renato Russo...
Já mudou coisas em mim quando eu mais precisava e menos esperava.
não curto muito o instrumental, mas só as palavras dele bastam. :)
E viva o nosso saudoso Renato Russo!!
Um abraço!
www.ooohay.wordpress.com
Renato Russo e sua legião urbana é foda,é uma da melhorees banda nacionais até hoje,seu talento em fazer poesia com música era fantástico.
Renato Russo foi um grande poeta, que marcou a história não só do rock, como da música brasileira.
abraço!
http://somdosom.blogspot.com/
Muito bonito seu texto. A sensações sinestésicas da música se tornando quase transcendental ao ser ouvida, foi muito bem narrada. A estranheza e o mal-estar diante do mundo tb!
Mas... Odeio Renato Russo...
heheheehehe...
Fora isso, muito bom!
Renato é foda msmo..
será que ja escutei essa musica?..
Otimo blog..
abraços.
www.tiveumaideia.wordpress.com
muito bom seu blogger adorei =]
parabens
Olha, Renato Russo é o cara!! Pra mim, Renato Russo e Raul Seixas são as maiores perdas que tivemos na música!!
Bjos
mt bom...
quanto a imagem, poderia por ela sozinha em cima [centralizada] e o texto em baixo...
ficaria mais legal...
vlw
Diante tantas escolhas, não resisti a vir comentar num post que em um "quê" de Renato Russo... durante a minha adolescência, ele foi responsável pela trilha sonora da época. Hoje, ele é mais que saudade. Ele ainda me inspira... e pelo jeito não sou a única!
Parabéns pelo blog!
Esse poema foi muito bonito... Muito.
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