Poema inato




sexta-feira, 27 de julho de 2007

Palavras não ditas.
A pura beleza...
a essencialidade originária da escrita vivenciada
em sua mais remota existência.
O amor do amar.
O desejo de...
escrever sem pensar-pensando,
notadamente sentindo a delícia
metafísica da linguagem
e sentindo o sentido insensível do poema...
Do poema que já surgiu comigo,
das palavras impronunciadas, sem simetria,
que nasceram quando nasci,
das estrofes desconexas,
do sentido mais profundo,
da melancolia e da dor essencial...
A escrita não diz muita coisa.
Apenas transmite o imaterial desejo
de disseminar um sentimento profundo e silencioso
grudado em meu ser.
Todos os poemas surgem dele.
Divagam, saem, e voltam para ele.
O poema que sou.
O poema profundo e superficial que sou.

1 comentários:

Rosário on: 29 de julho de 2007 às 19:16 disse...

Jonathan, tecer comentários sobre o seu poema é pouco para expressar o que ele representa (pelo menos para mim), ele me tocou profundamente, creio que não só pelo fato do mesmo atingir o âmago – coisa nítida para quem o lê – mas, sobretudo porque você conseguiu unir a poesia e a filosofia (duas paixões em minha vida), o que de fato não é muito difícil, quando se tem carinho, amor ou até mesmo um pouco de conhecimento por ambas, já que tanto uma quanto a outra nos fazem ir em busca do desvelamento das questões de nossa existência no mundo, das questões do ser em seu sentido ontológico...
Ele me lembra o pensamento do segundo Heidegger – filósofo alemão que encontra uma resposta para a questão da existência autêntica (estar no mundo) no desvelar-se do caminho sobre o qual estamos sempre a caminho (filosofia) – onde enfatiza que é através da linguagem, onde mora o ser, e mais precisamente, a poética que apreendemos se não a verdade, pelo menos o caminho e a eterna busca por ela.
E se o "papel da filosofia é trazer a claridade àquilo que está oculto, a estrutura vem à tona, mas a claridade nunca é total, sempre há uma obscuridade". Por isso, a busca do sentido nunca chega ao fim, devido a isso, sempre haverá filosofia. E por que não dizer, poesia?
Bem, Jonathan, é melhor eu ir parando por aqui se não esse comentário se tornará enfadonho para quem for ler, pois o que era para ser um comentário está se tornando um documentário, rsrs. Parabenizo-te mais uma vez e saiba que você é especial, não só para mim – que aprecio poemas, poesias, versos, filosofia – seus familiares e amigos, mas também, para as pessoas que tem um mínimo de sensibilidade sonhos, idéias, ou sentem amor, desejo, paixão, emoção, enfim, sede de conhecimento e eterno anseio pela busca.

Carinhos meus,

*♥Rosário♥*

 

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