quinta-feira, 29 de maio de 2008

Devo confessar algo.
Cansei-me.
De que?
De tudo.
De nada.
Talvez do mundo
ou da visão distorcida que tenho dele.
As coisas vão
e eu vou junto.
Sempre?
Sempre não há.
Nunca houve
e por que me sinto saudosamente triste?
Tenho saudades de uma época que nunca existiu
e permaneço farto com o que aparenta ser.

Ainda não floresci...

E de repente me vejo perdido entre dogmas
e rebeliões silenciadas.
Estou faminto.
É fome física e metafísica.
Há metafísica no caos?
Não sei.
Mas a verdade é que formular
questões acerca do ser me enojaram.

A vida é um instante no Universo...

Devo confessar algo.
Tenho horror a este instante,
pois queria, quero ser sempre,
mas sempre não há
e sigo triste, incerto neste solo ressentido,
nesta terra regida por segundos, horas e meses.

O mistério de viver...
O mistério de viver...
O mistério de viver...

Estou perdido entre elucubrações, entre letras e frases.
A vida é apenas isso?
Insisto em me dizer que não,
embora não encontre uma resposta pronta que me satisfaça.
Passarei por esta época de evanescimento.
Serei adubo de um sonho que não sonhei.
Embora tenha falado de dor, de medos e angústias de meu Eu
quero terminar paradoxalmente rimando que
belos dias não se perdem no breu.

3 comentários:

Fdcc on: 7 de julho de 2008 às 06:11 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fdcc on: 7 de julho de 2008 às 06:13 disse...

Cara...a cada dia sinto mais orgulho de você...continue sempre nesta simplicidade...

Anônimo on: 7 de julho de 2008 às 16:28 disse...

lentamente eu volto a procurar letras novas em blogs perdidos, blogs brasileiros, fáceis paradeiros. li a primeira frase e a última e entendi o que quis dizer. de mágoa e alegria todos nós estamos fartos, então que o dia se resuma a filas de açougue, contas telefônicas e leituras entrecortadas. gostei do seu blog.

 

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